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  " Humberto Perina"

      AVENTURA E LAZER

     

NAVEGANDO PELO CARNAVAL

 

Mar de almirante... Céu de Brigadeiro...

É neste clima que nossa viagem começa. Partimos de São Vicente, no litoral Paulista, ás oito horas da manhã do sábado de carnaval. Pela frente, cerca de cem milhas, até nosso destino; Ubatuba, litoral norte de São Paulo. Serão quatro horas navegando numa espécie de comboio marítimo. Três embarcações (duas de vinte e cinco e uma de trinta e dois pés) levando três famílias, e suprimentos para os quatro dias de carnaval. O objetivo de todos nós é um só; ficar bem longe da folia e o mais próximo possível da natureza. Uma viagem que repetimos nos últimos três anos. 

   

           Fotos: © Humberto Perina

© Humberto Perina

© Humberto Perina

  Céu de Brigadeiro e mar de Almirante Rumo a Ubatuba.

A paradisíaca Ilha de Anchieta.

O rumo de noventa e seis graus no GPS, nos leva do farol da moela direto até a ponta sul de ilhabela. No meu barco (o “zina”) uma tripulação perfeita. Eu piloto... minha mulher Zinaide arruma as coisas na cabine... e meu filho, o Betinho de dez anos, viaja deitado na popa e na maior folga, jogando game boy (uma espécie de vídeo game portátil). Depois de quase duas horas, passamos entre Alcatrazes e Montão do Trigo... estamos no rumo certo!!!! não demora muito e chegamos a ilhabela. 

Hora de uma paradinha pra descanso das máquinas e dos ossos... escolhemos a praia do sino prum mergulho e pra cervejinha... o Betinho é o primeiro a cair na água, alias, isto não é nenhuma novidade. Depois de trinta minutos, é hora de levantar o ferro e continuar a viagem. Afinal, a idéia de todos é curtir um churrasquinho na ilha Anchieta (Ubatuba), ainda no sábado de carnaval. 

Depois de mais uma hora navegando em mar calmo já estamos lá. A vegetação nativa que cobre toda a enseada da ilha, e a água verde e cristalina que mais parece uma piscina, é de encher os olhos. As ruínas do antigo presídio, desativado na década de cinqüenta logo após uma rebelião, hoje fazem parte da historia. Mas o que chama a atenção na ilha Anchieta não é o passado e sim sua beleza natural que sobrevive ao homem e ao tempo... 

© Humberto Perina - Ruinas do antigo presidio da Ilha Anchieta, parte da história

© Humberto Perina

Ruinas do antigo presidio da Ilha Anchieta.

Praia de sete fontes, visibilidade de mais de 10 metros.

Bem, já é final de tarde... precisamos nos preparar para a primeira noite a bordo. Nosso porto seguro é a marina Golden Port, no Saco da Ribeira, alias outro belo local. Como nossa estadia para o carnaval foi acertada com antecedência, quando chegamos, as vagas para as embarcações já estavam reservadas. 

© Humberto Perina

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As tres embarcaçoes na marina Golden Port, Ubatuba.

O nascer do sol no Saco da Ribeira: A magia das cores.

Na marina encontramos um velho amigo, o comandante Toledo, que atualmente leva uma vida pra lá de difícil.... aposentado e com os filhos já criados, hoje o Toledo vive com a mulher no Saco da Ribeira. O casal divide a moradia entre um apartamento bem em frente a marina, e uma lancha Carbras Mar de quarenta e três pés que é uma maravilha. Eta vida dura em, Toledo...

© Humberto Perina

© Humberto Perina

Comandante Toledo, a esposa e sua Cabrasmar.

 A 43 pés é  de encher os olhos.

 

 
Cabine acanhada mas aconchegante.

A chuva na madrugada do sábado para o domingo não estava nos planos, mas foi rápida e serviu até pra refrescar. Bom para eu e minha família que dormimos na cabine de um barco de vinte e cinco pés. 

O espaço é acanhado; parece um ovo, e cozido por causa do calor do verão.A falta de conforto, no entanto, é amplamente compensada pelo sossego e as belezas que uma viagem deste tipo oferece. 

Domingo de carnaval... o comandante Vicente acorda cedo! Pega sua trinta e dois pés e volta pra ilha Anchieta. Ele e a mulher Vera chegam lá antes das oito da manhã pra garantir a melhor churrasqueira natural.

 Pela manhã recebo a visita de um irmão, o Luiz Antonio, que veio com o André, o filho mais novo, pra passar o dia com a gente. Os dois rodaram duzentos e cinqüenta quilômetros desde Indaiatuba, no interior paulista, até Ubatuba. Juntos com o comandante Zé Hernandez e a mulher Vera que estão no outro barco e que também receberam a visita de um casal de amigos, seguimos todos até a ilha Anchieta para se encontrar com o Vicente. 

© Humberto Perina

 O Comandante Zé, com a esposa Vera e amigos.

Lá, ele nos espera com tudo arrumadinho; churrasqueira preparada... peças de picanha temperada... e é claro, muita cerveja e caipirinha... foi um dia pra lá de movimentado. Da carne pra cerveja... da cerveja pra salada de legumes... e da salada pra mais um espetinho... no meio de tudo isto, uma caminhada pra queimar o excesso de calorias e um banho de mar que cai como uma luva num dia ensolarado... de quebra, sombra natural para um descanso, já que ninguém é de ferro...

© Humberto Perina © Humberto Perina
De longe, pouco se vê... De perto...A churrasqueira, mesa, bancos e muita sombra.

 Só no final da tarde é que voltamos para a marina. E assim é nosso domingo de carnaval. Tão ruim que meu irmão resolve ficar mais um dia. Aí, o jeito é improvisar uma cama na popa do barco e uma cobertura com lona. Fica meio estranho, mas funcional. Ainda bem que desta vez não choveu... Antes do dia terminar nosso grupo fica ainda maior com a chegada de mais um barco. É o comandante Theo, com a mulher e os dois filhos a bordo de uma embarcação de vinte e nove pés.. 

Segunda de carnaval... o Toledo, aquele da Carbras Mar quarenta e três, resolve levar a gente pra conhecer a praia de sete fontes. Outro local paradisíaco que se mantém preservado graças ao difícil acesso. Chegar lá só de duas maneiras: pelo mar ou por uma estreita trilha com mais de uma hora de caminhada. De carro nem pensar. Na sete fontes, a visibilidade da água é de impressionar... numa profundidade de dez metros a gente consegue ver facilmente o fundo do mar. Outra piscina...

© Humberto Perina

© Humberto Perina

Praia de sete fontes-aperitivos e petiscos a beira mar.

Mar que parece uma piscina.

 Foi mais um dia movimentado e com um cardápio diferente; em vez de churrasco, petiscos vendidos nas barraquinhas da praia. O local também é uma boa opção pra quem gosta de mergulhar com snorquel. É claro que não perdemos essa oportunidade. Meu irmão e meu sobrinho mergulharam de um lado, enquanto eu e meu filho fomos desvendar as belezas do outro costão. Neste caso a ordem dos fatores não altera o produto porque em ambos os lados a flora e a fauna marinha não decepcionam. Terça de carnaval... voltamos a ilha Anchieta!!! 

© Humberto Perina

© Humberto Perina

A enseada da Ilha Anchieta com dezenas de barcos.

Olhando da churrasqueira para o mar, uma janela natural.

Afinal ainda tem muita picanha pra queimar. Alias, difícil é saber o que havia demais nesta viagem; churrasco ou disposição. Pelo jeito os dois, já que as oito horas da noite lá estávamos na ilha, numa espécie de lual. e as crianças???? bem, depois de passarem o dia todo brincando com monitores da unibero que realizam um projeto de preservação ambiental no local, elas puderam ver o que realmente é um céu estrelado. E se surpreenderam até com os vaga-lumes que já não existem mais nas grandes cidades, mas que habitam aos montes a ilha Anchieta. Mergulhar a noite naquela água foi uma experiência divina. Faltou pouco para dormirmos lá mesmo. 

Já eram quase nove da noite quando voltamos para a marina. É hora de descansar, certo??? errado!!! ainda havia disposição para uma caminhada de meia hora até a praia do Lazaro. Só depois de um pastelzinho e um sorvete é que decidimos dar folga para o esqueleto. Afinal era preciso dormir bem a noite que antecede a volta pra casa. Quarta feira de cinzas... decidimos zarpar cedo pra iniciar o retorno. Em duas horas de navegação já estávamos nas ilhas em Juquey, praticamente na metade do caminho de volta.

© Humberto Perina

O comboio de 3 barcos voltando para casa.

 Como sempre a paradinha técnica pro banho de mar e para as últimas latinhas de cerveja. Ainda havia tempo pra mais um churrasquinho, só que a meteorologia indicava chuva forte no final da tarde. Resolvemos seguir viagem... de longe, aos poucos já da prá avistar o Farol da Moela que se aproxima vagarosamente. Aos poucos também o mar começa a encrespar e o tempo fica fechado. Por sorte já estamos chegando. Tromba d'água mesmo, só quando já estávamos em terra firme e com os barcos descarregados. Pra variar, foi mais uma mãozinha de São Pedro, álias, como aconteceu durante todo o carnaval.
Com mar de Almirante e céu de Brigadeiro.

Texto e Fotos: © Humberto Perina - Jornalista Mtb - 27.022

E-mail: humbertoperina@globo.com  

 

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